"A criança aprende mais, isso porque há uma grande quantidade de informação disponível..."
Esse é um mito dos mais importantes que, infelizmente, se transformou em uma falsa verdade. O pior de tudo é que esse posicionamento é largamente apoiado pelos seus próprios criadores, os senhores da mídia virtual ou impressa, uma poderosa indústria cujos axiomas ou posturas, muitas delas patológicas, claramente equivocadas, são seguidas e cultuadas como verdadeiras doutrinas existenciais, por um crescente exército de indivíduos alérgicos ao questionamento do estado das coisas.
De fato existe muita informação, mas, grande parte desta é desqualificada, ou simplesmente refugo, o que acaba por causar mais confusão que esclarecimento. Há um excesso de desinformação. Ali é uma terra de ninguém, onde qualquer um escreve o que bem entende, onde a ética não é uma prática vista com bons olhos.
Má informação numa mente infantil e ainda sem discernimento tem o mesmo peso de uma verdade. Saber filtrar o que serve daquilo que não serve, isso ainda não faz parte do repertório cognitivo de uma criança, logo, ela estará sob jugo ou assédio das inúmeras correntes negativas que proliferam no meio virtual.
Novos estudos informam que a capacidade memorização está sendo seriamente afetada pela Internet. Ocorre que quase não há mais o interesse de se memorizar informações, uma vez aparentemente sempre estarão disponíveis ao toque de um dedo ou clique de um mouse, o que dá a falsa sensação de que temos boa memória. Sem contar que muitas dessas informações prescindem da respectiva experiência comprobatória, o que só se consegue vivenciando as coisas, vivendo de forma não virtual, e por isso só aumenta ao número dos “teóricos de tudo”, sabedores de nada, e o pior de tudo, com a memória cada vez mais precária.